Juraci não vê sentido na própria vida.
Costuma ter baixa autoestima, desinteresse pelos outros e pelas coisas. Estava
quase sempre voltado para ele mesmo.
Era capaz de dormir até a hora do almoço,
almoçar e voltar para os próprios pensamentos e interesses.
Juraci às vezes melhorava, mas logo voltava
para aquele isolamento feito de tédio e desamparo.
Juraci era deprimido.
Adir não gostava de nada que desse
trabalho: casa, serviços, emprego. Não gostava de ninguém que desse trabalho:
filho, marido ou parentes.
Era hedonista. Muito focada no próprio prazer, fosse
do estômago ou da fantasia. Vaidosa. Alisava e pintava os cabelos, cuidava de
si, só andava bem vestida.
Era capaz de dormir até a hora do almoço e depois se
levantar, deixar todos os que dependiam dela abandonados e sair para almoçar
com as amigas.
Adir tinha preguiça patológica.
Juraci ainda vive. Adir morreu.
Juraci foi diagnosticado.
Adir não foi.
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